Skip to content

Vodafone Stories

Filme 5G

Cidadãos ucranianos aprendem português e inglês

A Fundação Vodafone, em parceria com a Ukrainian Refugees UAPT, disponibiliza aulas a cidadãos da Ucrânia acolhidos em Portugal.

O medo vinha com quem passou dias a fugir da guerra e, em muitos casos, deixou a família para trás. A vida mudou de um dia para o outro e, à chegada a Portugal, a primeira barreira de sempre: a língua. É a chave essencial para um quotidiano menos duro e para ajudar a construir uma nova realidade. Em abril, 60 cidadãos ucranianos acolhidos em Portugal começaram a ter aulas gratuitas de português e inglês na sede da Vodafone, em Lisboa. À medida que as oportunidades começam a surgir, o nervosismo de estar num novo país vai desaparecendo.

Em fevereiro, as notícias da Ucrânia prendiam os trabalhadores da empresa de Roman Kurtysh aos telemóveis durante todo o dia. Ninguém conseguia trabalhar, na expectativa e preocupação com o desenrolar dos acontecimentos. Roman, há 19 anos em Portugal, tinha a sua empresa praticamente paralisada por causa da crescente preocupação dos trabalhadores com quem estava no seu país natal. Não quis ficar de braços cruzados, à espera. A 28 de fevereiro, apenas alguns dias depois do início do conflito, criou a Ukrainian Refugees UAPT, para ajudar os seus concidadãos a virem para Portugal e apoiá-los na sua integração.

Uma operação-relâmpago

A primeira preocupação foi fazer sair pessoas do país em conflito, mas não bastava retirar mulheres e crianças (os homens entre os 18 e os 60 anos não podem deixar a Ucrânia por causa da lei marcial). Era necessário ajudar na reconstrução das suas vidas. Foi quando a Fundação Vodafone propôs criar, em parceria com a Ukrainian Refugees UAPT, um programa para dar aulas de português e inglês aos recém-chegados a Portugal.

Em conjunto com Roman e Iryna Shkira, também da Ukrainian Refugees UAPT, a operação foi montada em tempo recorde, em cerca de um mês. A 11 de abril começaram as primeiras aulas, na sede da Vodafone, em Lisboa, frequentadas maioritariamente por mulheres, muitas delas com filhos pequenos.

Uma senhora com uma camisola vermelha em pé no meio do hall da Sede Vodafone Portugal

Daria Sheutsova, uma das alunas que frequentam as aulas disponibilizadas pela Fundação Vodafone em parceria com a Ukrainian Refugees UAPT

Enquanto as mães estão numa sala a conquistar uma das ferramentas essenciais para o recomeço, as crianças estão alguns andares acima. Num outro espaço, colorido e forrado com desenhos que as próprias fizeram, cheio de brinquedos e tintas, são acompanhadas por duas educadoras que falam a sua língua, o que lhes transmite uma sensação de conforto.

Daria Sheutsova é uma das alunas de português que deixa os filhos na sala de ocupação dos tempos livres. Têm três e dois anos e não lhe dão muito tempo para estudar a língua. No entanto, a curiosidade destas crianças fez com que, desde os primeiros tempos em Portugal, mãe e filhos aprendessem português juntos, conta. “Eu não sabia muitas palavras... Eles estavam sempre a perguntar-me como é que isto se diz em português, e aquilo se diz em ucraniano ou em inglês. Eu ia ao tradutor no telemóvel e começava a repetir as palavras.”

Com menos de dois meses nestas aulas de português, vai pela rua e já consegue compreender de que falam as pessoas à sua volta. Ir ao supermercado ou a um hospital também já não é um pesadelo e até tem perspetivas de futuro por aqui, enquanto continua a trabalhar remotamente, para a Ucrânia, como técnica de informática. “Agora planeio ficar em Portugal e espero que o meu marido possa vir ter comigo. Tenho de preencher imensos documentos, perceber bem que tipo de informação preciso de colocar nos formulários, está a ser mesmo muito importante saber português”, diz.

Já conseguem apresentar-se, já conseguem ir a um café e falar algumas palavras, e para eles isso é uma grande vitória", diz a professora Salomé Carvalho sobre os seus alunos de Português

Uma criança sentada no chão a pintar com tintas várias folhas em branco

Durante as aulas dos adultos, cerca de 30 crianças frequentam o programa o espaço de atividades de tempos livres criado no edifício-sede da Vodafone

Progressos no português e não só

Além de ensinar português e inglês a cerca de 60 deslocados pela guerra (há outros tantos em lista de espera para estas aulas), este programa emprega professoras de inglês e educadoras de infância, que estão também elas em Portugal devido à guerra na Ucrânia.

“O projeto acaba por não fornecer só os cursos, mas também alguns postos de trabalho”, conta Iryna Shkira. “E, como estamos em constante contacto com todos, sabemos que há uma grande diferença entre como as pessoas se sentem desde que chegaram e hoje: estão muito mais à vontade, muito mais confortáveis, já conseguem orientar-se no seu dia-a-dia. Alguns já começam a trabalhar aqui em Lisboa, alguns já criaram amizades com portugueses. O impacto é bastante positivo.”

Este impacto não se verifica apenas nas vidas das mulheres que têm crianças em idade pré-escolar. Iryna Shkira recorda uma conversa com a filha de uma aluna de 63 anos, já reformada: “Disse-me que este curso foi uma salvação para a mãe, porque ficou muito mais descontraída, muito mais calma. Chegou, ainda por cima com aquela idade, a um país que não conhece e este curso, esta comunidade que formámos aqui, tornaram-se mesmo um ponto de viragem para esta senhora.”

Sabia que...

A Fundação Vodafone Portugal é uma entidade sem fins lucrativos, com fundos próprios, constituída com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da Sociedade de Informação, combater a infoexclusão e disseminar as tecnologias de telecomunicações. Desde a sua criação em abril de 2001, a Fundação apoiou projetos em áreas como a Saúde, Educação, Segurança e Ambiente, conectando pessoas por um futuro melhor. Mais do que um simples contributo financeiro, o apoio da Fundação Vodafone Portugal aos programas passa pelo acompanhamento ao nível da especificação das necessidades dos parceiros, planeamento, desenvolvimento e monitorização dos programas, garantindo a sua eficácia e sucesso, sempre em articulação com entidades externas, nomeadamente organizações não-governamentais e/ou organismos públicos.

www.fundacao.vodafone.pt

Ukrainian Refugees UAPT é uma organização sem fins lucrativos, sediada em Portugal, que presta apoio a refugiados da crise da Ucrânia decorrente da situação de guerra que estão a viver. Foi fundada em fevereiro de 2022.

www.helpua.pt