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Comunicações Móveis Permitem Monitorização Remota de Epilepsia Pediátrica
Lisboa, 26 de Fevereiro de 2008 É hoje apresentado no Hospital de Egas Moniz, em Lisboa, um Sistema de Monitorização Remota de Epilepsia Pediátrica desenvolvido pelos neurologistas e pediatras do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) e pela Fundação Vodafone Portugal, que vem aumentar o número e a capacidade de sucesso das intervenções cirúrgicas em crianças com epilepsia.
Recorde-se que a epilepsia afecta cinco em cada mil habitantes, para muitos dos quais a medicação não é uma solução suficiente, sendo nesses casos por vezes necessário recorrer a intervenções cirúrgicas de remoção de determinadas áreas do cérebro, responsáveis pelas convulsões. Para tal, são efectuados exames prévios extremamente rigorosos de modo a detectar com precisão essas áreas susceptíveis de intervenção. Nesses exames é frequentemente necessário suspender o tratamento medicamentoso, no todo ou em parte, facilitando o aparecimento das crises. Por esta razão é preciso que a criança esteja internada em ambiente pediátrico com experiência no controlo das crises epilépticas e é necessária a análise rápida dos traçados para minimizar a duração do exame e do período de risco. Com a introdução deste novo Sistema de Monitorização Remota de Epilepsia Pediátrica, graças ao recurso às comunicações móveis e à implementação de uma aplicação informática específica, os médicos passam a poder observar esses exames (vídeo-EEG ou vídeo electroencefalograma) num computador ou PDA, à distância e a qualquer momento, mesmo fora do ambiente hospitalar. Isto é, podem efectuar essa observação essencial em mobilidade, a partir de qualquer ponto do país ou do estrangeiro e interagindo com o sistema, graças à aplicação informática desenvolvida para o efeito. A rapidez deste novo processo de análise dos traçados e das crises, pelo médico electroencefalografista, permite uma tomada de decisão mais fundamentada e precoce, optimizando o tempo e as condições de diagnóstico e, portanto, a segurança da criança e o seu próprio conforto.
Adaptando a tecnologia móvel ao serviço do tratamento da epilepsia, o Sistema de Monitorização Remota de Epilepsia Pediátrica aumenta a disponibilidade dos médicos para o acompanhamento dos estudos neurofisiológicos, assim como o número de doentes monitorizados. Este sistema poderá contribuir para um aumento da oferta de soluções cirúrgicas, sobretudo em crianças, nomeadamente as mais novas. A intervenção precoce permite minimizar os riscos, para o desenvolvimento psicomotor, de uma epilepsia não controlada ou do uso prolongado de medicações anti-epilépticas.
Para isso foi criada uma plataforma informática que permite seleccionar as imagens do traçado EEG e da crise epiléptica e enviá-las por Internet ao médico neurofisiologista que será previamente alertado por uma SMS ou chamada telefónica. Estas imagens serão então analisadas no PC ou PDA, possibilitando o diagnóstico com interrupção do exame ou a continuação da monitorização até uma definição completa da situação. Além de receber o traçado EEG em qualquer momento e em mobilidade, o sistema permite ao médico trabalhar o sinal recebido de modo a optimizar a observação.
Adicionalmente, este sistema não obriga à imobilização das crianças na cama hospitalar durante os períodos de internamento graças ao uso de comunicações sem fios. Até agora, esses exames têm sido geralmente realizados e transmitidos por um sistema de eléctrodos acoplados à cabeça dos doentes e ligados por um sistema fixo de cabos para transmissão do sinal EEG.
A disponibilização desta tecnologia mais segura, eficaz e económica, terá um impacto positivo no melhor controlo do problema complexo que é a epilepsia refractária (resistente aos tratamentos médicos) e na aquisição de treino nesta área, com intervenções cada vez mais atempadas, precisas e eficazes.
Na fase inicial de implantação do projecto estão incluídos dois hospitais do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO): Hospital de S. Francisco Xavier e Hospital de Egas Moniz. A área de funcionamento não é, no entanto, fisicamente limitada a estes Hospitais dado que, como foi referido, a tecnologia móvel desenvolvida pela Fundação Vodafone Portugal permite que os médicos observem o vídeo-EEG fora do ambiente hospitalar, a qualquer momento e de qualquer lugar.
Este projecto resulta de uma parceria entre o CHLO e a Fundação Vodafone Portugal, que desenvolveu a plataforma informática e o sistema de comunicações móveis garantindo, também, todos os custos financeiros envolvidos na aquisição dos equipamentos, assim como o funcionamento do sistema durante um ano.