Projeto Gralha-de-Bico-Vermelho
Proteger a Gralha-de-Bico-Vermelho
As Gralhas-de-Bico-Vermelho já tinham abandonado algumas zonas do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, onde deixaram de nidificar. A perturbação das áreas pela população humana, o desinvestimento em actividades agrícolas e de pastoreio e o crescimento de mato selvagem são fatores que desincentivavam a fixação desta ave, que está em perigo de extinção em Portugal.
Com o objetivo de preservar esta espécie a Vodafone Portugal e a Quercus associaram-se num projeto que pretende contribuir também para a recuperação de actividade agrícolas e de pastoreio economicamente sustentáveis numa área do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros.
O projeto teve início em 2008, estando planeada uma intervenção com uma duração de cinco anos que representa um investimento de 150 mil euros e que envolve as populações locais. A iniciativa permitiu estabelecer um rebanho comunitário com 150 cabras de raça Serrana e um caprino autóctone, criou um emprego para um pastor e deu azo a novas condições para estabular os rebanhos e garantir o seu bem-estar, desmatando-se ainda áreas ocupadas por vegetação arbustiva.
Quando o projeto teve início, em 2008, já nenhum casal de Gralhas-de-Bico-Vermelho nidificava no local de intervenção, mas um ano depois as aves voltaram a frequentar o algar das “Bocas Gémeas”, sem que se concretizasse a criação de ninho. Mais tarde voltou a ser observada a frequência de uma família de Gralhas-de-Bico-Vermelho, provavelmente um casal com três crias, embora não seja possível estabelecer relação direta com as ações desenvolvidas no âmbito do programa.
Para além da Quercus e da Vodafone Portugal, participam também no projeto a o ICNB – Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, que ficou responsável pela vigilância e a monitorização da espécie, através dos serviços do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. O plano de monitorização do impacto da actividade herbívora sobre os habitats e a flora na Serra dos Candeeiros está a ser efetuado pelo Centro de Biociências do ISPA – Instituto Universitário.
O projeto previu também a continuidade da iniciativa depois de 2012, tendo sido estabelecidos acordos locais de parceria com a cooperativa “Terra Chã”, promovendo a certificação de produtos locais, como o cabrito e o queijo, assim como a dinamização de produtos de Turismo de Natureza que valorizem a relação entre economia tradicional, conservação da natureza e biodiversidade.