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Vodafone Stories

Comunicar nunca foi tão importante

Com a pandemia COVID-19, milhares de profissionais de saúde, como o enfermeiro Énio Amaral, passam horas, dias, semanas, sem verem a família. O acesso à comunicação ganhou uma importância redobrada.

No momento da chegada do primeiro doente com COVID-19 à unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, só houve uma coisa que ocorreu a Énio Amaral: telefonar à mulher e mandar beijinhos aos filhos. “Disse-lhe ‘vou entrar’, antes de me equipar para acompanhar o doente para o quarto de pressão negativa.”

Énio Amaral é enfermeiro há 16 anos. É apenas um dos cerca de 70 mil profissionais inscritos na Ordem dos Enfermeiros, que nos tempos que correm combatem um inimigo comum. Apesar de já ter vivido a Gripe A, o H1N1 e ter-se preparado para um eventual surto de Ébola, nada se aproxima do cenário que vive atualmente. E, por isso, quando foi chamado para receber nos Cuidados Intensivos o primeiro doente, sentiu um “murro no estômago”. Ia começar.

Dois profissionais de saúde que apresentam cansaço numa fotografia a preto e branco

Enío Amaral e a mulher são enfermeiros há vários anos e, apesar de já terem vivido a Gripe A, o H1N1 e terem-se preparado para um eventual surto de Ébola, nada se aproxima do cenário que vivem atualmente

Desde então já passaram mais de dois meses, muitos doentes e alturas particularmente difíceis. “Fazemos um turno e temos um doente. Quando regressamos no dia seguinte temos seis pessoas na unidade, com toda a complexidade que cada um destes doentes implica.” A complexidade que Énio refere são as máscaras, as viseiras, as luvas, os fatos e todos os cuidados para vestir e despir tudo isto; a necessidade de limpar todos os locais por onde passam doentes e profissionais de saúde; os desafios para comunicar – até terem walkie talkies, cada vez que entravam num dos quartos de pressão negativa, só conseguiam comunicar com o exterior escrevendo em folhas que depois mostravam aos colegas no exterior. 

A comunicação é sempre importante. Em saúde ganha outra dimensão e neste contexto então… Estamos ali equipados tipo astronautas, temos de falar com os olhos

“A comunicação é sempre importante. Em saúde ganha outra dimensão e neste contexto então… É importantíssima. Mas a comunicação é muito difícil ali, há muitas barreiras. Com os colegas, mas também com os doentes. Escrevemos o nosso nome na bata e falamos mais alto, mas estamos ali equipados tipo astronautas, praticamente só conseguem ver os nossos olhos, temos de falar com os olhos”, explica Énio. “Quando alguém recupera e tem alta é muito frequente dizerem-nos, com pena, que nunca nos vão reconhecer na rua…”

Casado com uma enfermeira, também ela na primeira linha do combate à COVID-19, este tema tornou-se permanente em casa. “Nós chamamos-lhe ‘o vírus’ ou ‘o bicho’”, conta. “Estamos sempre a falar nisto e é natural que os meus filhos também tenham preocupações porque sabem que o pai e a mãe estão a trabalhar com as pessoas que têm esta doença.”

Para tentar amainar estas preocupações, Énio procura falar com a família sempre que pode. Mas nem sempre é fácil. “Chegamos a estar 2, 3, 4 horas com aqueles fatos muito plastificados, mais a máscara, e tenho sempre bastante sede, [quando saio] é tomar banho, comer e beber qualquer coisa. E comunicar.” Às vezes com colegas, para trocar dicas e informação, outras vezes com a família. “Aproveita-se esse tempinho, vai-se ao telemóvel que está lá guardado, e pergunta-se se as coisas estão a correr bem, se não estão, se eles estão deitados, se comeram, não comeram, se se portaram bem, se se portaram mal, se fizeram os trabalhos… Uma pessoa sente-se mais acompanhada quando consegue falar com eles. As novas tecnologias, podermos falar com pessoas, sem máscara – porque podemos estar aqui, sem máscara, e a ver o sorriso, é diferente… Acaba por ser tudo mais humano”, confessa.

Sabia que...

Na primeira semana de Estado de Emergência, a Vodafone registou aumentos de tráfego de voz móvel de cerca de 40% e de tráfego de internet fixa de quase 70%

Logo no primeiro momento da pandemia COVID-19, a Vodafone aumentou a monitorização das suas redes, reforçou a capacidade da rede nas zonas mais residenciais, acompanhando o movimento das pessoas à medida que se isolavam em casa.

Esta monitorização e reforço de capacidade de Rede Móvel foi ainda mais dedicada nas estações que servem os hospitais centrais do País, bem como os hospitais de campanha que foram surgindo, no sentido de assegurar que nada falhava em termos de comunicações, numa altura em que comunicar ganha uma importância acrescida.