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Lisboa, 11 de setembro de 2025
Crianças em risco digital: estudo pede ação conjunta em toda a Europa
- Novo estudo da Fundação Vodafone e Save the Children revela lacunas nas orientações e competências necessárias para garantir a segurança das crianças online
- Fundação Vodafone expande o programa “Skills Upload Junior” para oferecer uma iniciativa de promoção de bem-estar digital à escala europeia, para crianças dos 9 aos 16 anos
O estudo “Clicar, fazer Scroll, Conectar - e Equilibrar”1 publicado, esta quinta-feira, pela Fundação Vodafone e a organização não governamental (ONG) Save the Children destaca a necessidade urgente de abordagens mais coordenadas e inclusivas para melhorar o bem-estar digital das crianças na Europa. Após reunir evidências de especialistas e analisar os desafios que afetam o bem-estar infantil, esta investigação apresenta recomendações dirigidas a entidades públicas e privadas. A análise identifica um conjunto de fatores interligados que estão a comprometer o bem-estar das crianças em diversos países europeus. Entre as quais:
Lacunas que prejudicam o bem-estar digital das crianças
- Impacto do stress digital na saúde mental: Nos países da OCDE, 17% dos jovens de 15 anos sentem-se ansiosos sem os seus dispositivos e 10% relatam uso problemático das redes sociais, com uma percentagem mais elevada (14%) entre crianças de origem migrante.
- Lacunas nos sistemas educativos: Muitas crianças não compreendem como os seus dados são utilizados e os professores relatam formação insuficiente para lidar com os riscos digitais. Apenas 51% dos jovens de 15 anos conseguem alterar facilmente as definições de privacidade e 28% não comparam fontes quando pesquisam online.
- Grupos marginalizados com mais riscos online: Jovens LGBTQIA+, crianças com deficiência e crianças de classes desfavorecidas ou de áreas rurais enfrentam mais riscos online, incluindo assédio baseado na identidade, exclusão e desinformação. Estes grupos são frequentemente ignorados nas estratégias nacionais.
- Inteligência Artificial (IA) aumenta riscos online: O material de abuso sexual infantil gerado por IA está a crescer rapidamente, com mais de 20 000 imagens encontradas num único fórum da dark web num mês. Os incidentes de deepfake direcionados a crianças aumentaram 550% desde 2019.
- Regulamentação da EU não é aplicada de forma generalizada: Apesar de estruturas sólidas a nível da União Europeia, como o RGPD e a DSA, a aplicação varia de acordo com o País. Por exemplo, a exposição a mensagens de ódio varia de 4% dos jovens de 12 a 16 anos na Alemanha a 48% na Polónia. Em Espanha, 44% das crianças relatam encontrar raramente amabilidade online.
Medidas para melhorar o bem-estar digital das crianças
- Incorporar o bem-estar digital na educação: Dotar os educadores com as ferramentas necessárias para ensinar segurança digital, resiliência e empatia, bem como adotar abordagens escolares que incorporem o bem-estar na cultura, nas políticas e nas rotinas diárias da escola.
Aumentar a participação das crianças: As crianças devem estar ativamente envolvidas na definição das políticas, programas e ferramentas digitais que as afetam. - Promover a equidade e a inclusão: As estratégias devem ser inclusivas e responder às necessidades de todas as crianças, especialmente aquelas que enfrentam maiores riscos online, como meninas, jovens LGBTQIA+, crianças com deficiência e aquelas de comunidades rurais ou de contextos desfavorecidos.
- Reforçar as evidências e a avaliação: Os governos e as organizações devem investir em investigação e desenvolver sistemas robustos para monitorizar e avaliar o impacto das iniciativas de bem-estar digital.
- Alinhar as políticas nacionais: As estratégias nacionais devem estar alinhadas com as normas internacionais. Os governos devem também reforçar a aplicação da lei e garantir que as plataformas digitais sejam responsabilizadas pela proteção dos direitos e do bem-estar das crianças.
Um dos passos fundamentais já em curso é a parceria entre a Fundação Vodafone e a Save the Children, lançada em fevereiro. Esta colaboração inovadora une a experiência consolidada da Fundação Vodafone em educação digital inclusiva com o conhecimento especializado da Save the Children nas áreas de proteção, bem-estar e direitos das crianças.Juntas, lançam agora um novo programa europeu, para crianças dos 9 aos 16 anos, focado no desenvolvimento de competências digitais e resiliência, para apoiar o bem-estar das gerações mais novas num mundo cada vez mais conectado.
Fundação Vodafone expande iniciativas que promovem bem-estar digital
As conclusões do estudo “Clicar, fazer Scroll, Conectar - e Equilibrar” já estão a moldar a próxima fase do programa Skills Upload Junior da Fundação Vodafone, que recomenda a adoção da estrutura SMILE (Segurança, Management/Gestão, Identidade, Literacia, Empatia) desenvolvida pela Save The Children. Esta estrutura oferece uma abordagem prática e acessível para educadores, decisores políticos e famílias, que procuram orientar os jovens na construção de uma relação equilibrada com o mundo digital.
Em Portugal, o programa DigitAll, integrado no “Skills Upload Junior” (SUJ), já chega a mais de 20 mil estudantes, por todo o País. A partir deste mês, o programa SUJ, já implementado em oito mercados europeus, incluindo Portugal, será enriquecido com novos módulos dedicados ao bem-estar digital, à resiliência e à empatia, todos alinhados com os princípios da estrutura SMILE. Estes conteúdos, desenvolvidos em colaboração com a Save the Children, representam uma expansão temática focada na promoção de competências socio emocionais. Entre os novos recursos, destacam-se:
- Planos de aula que abordam os riscos online (cyberbullying, desinformação e plataformas com design viciante), promovendo simultaneamente hábitos digitais saudáveis e competências de autorregulação emocional.
- Ferramentas práticas e formação especializada para que os professores integrem o bem-estar digital de forma contínua no ensino.
- Conteúdos inclusivos que refletem as experiências de crianças de diferentes origens, com especial cuidado para crianças com deficiência e de contextos vulneráveis.
Com esta iniciativa, a Fundação Vodafone e a Save the Children reafirmam o seu compromisso de construir um futuro digital mais seguros, empático e inclusivo para todas as crianças na Europa.
O estudo completo está disponível aqui, e o sumário executivo do mesmo em português aqui.
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FIM
About Vodafone Foundation
Vodafone Foundation (UK registered charity number 1193984) believes the power of connectivity can change lives and address some of the world’s most pressing problems. Founded in 1991 with a simple mission to invest in the communities in which Vodafone operates, today the charity connects people and ideas with technology and funding, to help those already doing good work to achieve results faster, more cost effectively and with a bigger social impact.
Through a strategy of Connecting for Good, Vodafone Group PLC’s philanthropic arm works in partnership with other charitable organisations and NGOs to create solutions that bring about long-term sustainable change and improve lives. For further information, please visit www.vodafonefoundation.org.
About Save the Children
Save the Children exists to create lasting change for and with children. In more than 100 countries including the UK, we make sure children stay safe, healthy and learning, and change the future for good. We find new ways to reach children, no matter where they’re growing up. For a century, we’ve stood up for children’s rights and made sure their voices are heard.
For more information visit www.savethechildren.org.uk
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1 O estudo resulta de uma pesquisa documental e entrevistas qualitativas com especialistas para explorar e fornecer uma compreensão holística do estado atual do bem-estar digital das crianças em toda a Europa. As opiniões das crianças foram integradas na análise documental através de dados secundários provenientes de estudos específicos centrados nas crianças, a fim de fornecer um contexto valioso e ajudar a fundamentar a análise nas experiências vividas pelas crianças. Para garantir que o relatório seja acessível a todos, foi desenvolvida uma versão do relatório adaptada às crianças e traduzida para várias línguas.
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