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Epilepsia Pediátrica
Lisboa, 12 de Maio de 2009 Um ano após o seu lançamento, o Sistema de Monitorização Remota de Epilepsia Pediátrica, desenvolvido pelos neurologistas e pediatras do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) e pela Fundação Vodafone Portugal, aumentou significativamente o número e a capacidade de sucesso das intervenções cirúrgicas em crianças com epilepsia.
Durante o período compreendido entre Março de 2008 e Março deste ano o número de doentes monitorizados passou de 36 para 59 (um aumento de 64%), sendo especialmente relevante o aumento do número de doentes propostos para cirurgia que passou de 3 para 25 (um aumento de 733%), traduzindo o sucesso deste projecto.
A taxa de ocupação da sala onde está instalado este sistema foi de 86%, tendo num período de 52 semanas sido monitorizados 59 doentes de diferentes pontos do país, incluindo as Regiões Autónomas.
A introdução do Sistema de Monitorização Remota de Epilepsia Pediátrica é um caso de sucesso, contribuindo para que muitos doentes tenham sido assistidos em território nacional, sem terem que se deslocar ao estrangeiro como acontecia com frequência antes do aparecimento deste sistema.
A chave do sucesso é o recurso às comunicações móveis e à implementação de uma aplicação informática específica, possibilitando aos médicos a observação dos exames (vídeo-EEG ou vídeo electroencefalograma) num computador ou PDA, à distância e a qualquer momento, mesmo fora do ambiente hospitalar. Deste modo, a análise dos exames pode ser feita em mobilidade, a partir de qualquer ponto do país ou do estrangeiro e interagindo com o sistema, graças à aplicação informática desenvolvida para o efeito.
Foi a rapidez deste novo processo de análise dos traçados e das crises, pelo médico electroencefalografista, que veio permitir uma tomada de decisão mais fundamentada e precoce, melhorando as condições de diagnóstico e reduzindo o tempo necessário de permanência da criança na unidade hospitalar, aumentando, portanto, o seu próprio conforto.
Desta forma, foi possível propor um maior número de doentes para intervenção cirúrgica, sobretudo crianças mais novas. A intervenção precoce é muito importante já que permite minimizar os riscos, para o desenvolvimento psicomotor, de uma epilepsia não controlada ou do uso prolongado de medicações anti-epilépticas.
Além disso, graças ao uso de comunicações sem fios, este sistema não obriga à imobilização das crianças na cama hospitalar durante os períodos de internamento. Até agora, esses exames eram geralmente realizados e transmitidos por um sistema de eléctrodos acoplados à cabeça dos doentes e ligados por um sistema fixo de cabos, para transmissão do sinal EEG.
Este projecto resultou de uma parceria entre o CHLO e a Fundação Vodafone Portugal que desenvolveu a plataforma informática e o sistema de comunicações móveis e garantiu, também, todos os custos financeiros envolvidos na aquisição dos equipamentos, assim como o funcionamento do sistema durante um ano.