O futuro num verão

Fora da caixa. Estas três palavras são as que dois dos 34 estagiários da Vodafone mais repetem (mesmo sem darem conta e sem ouvirem os discursos um do outro) ao explicarem o que procuravam num estágio de verão e o que encontraram nesta primeira aventura pelo mundo profissional. Talvez estas palavras lhes tenham sido repetidas a vida toda, visto terem nascido no final da década de 1990 e crescido nos anos 2000 – uma era em que já se viu praticamente de tudo e em que, para surpreender, é de facto preciso inovar. Ou isso ou simplesmente são o melhor desta nova geração que, como as outras, chega ao mercado de trabalho com vontade de fazer mais, de fazer diferente, de fazer melhor.

Rui completou 21 anos a meio do seu estágio na Vodafone. É da Póvoa do Varzim, mas esteve durante os últimos três anos em Viana do Castelo, onde estudou Gestão. Acabada a licenciatura, seguia-se uma pós-graduação em Digital Business mas, pelo meio, havia um verão inteiro que, segundo o Rui, era “uma oportunidade para sair da sua zona de conforto”. Escolheu a Vodafone porque lhe parecia a empresa certa para crescer: “O slogan da Vodafone diz-nos que o futuro é incrível e pergunta-nos se estamos preparados para ele. Procurei precisamente uma empresa que me fizesse desenvolver e crescer para o futuro.” Ainda assim, a dimensão da empresa deu-lhe um friozinho na barriga. “Estava à espera de uma coisa em grande, mas não com esta dimensão. Sinto que vim mesmo para o sítio certo.”

Rui esteve inserido na equipa de Go To Market da Vodafone Business, orientada para apoiar e ajudar a crescer pequenas e médias empresas. “Existe uma equipa que desenvolve um produto ou um serviço e entrega-nos esse ‘bebé’ em mãos. O que a minha equipa faz é pegar nesse ‘bebé’ e dar-lhe tudo o que ele precisa para crescer e ganhar robustez até chegar ao mercado: estratégias de marketing, estratégias de pricing, taxas de penetração. Ou seja, nós percebemos em que moldes é que determinado produto ou serviço pode ter sucesso e impacto no mercado.” Cada um destes projetos é ainda mais especial para o Rui por ele ser um ‘recém-papá’: “Neste momento estou a desenvolver uma APP que ajuda as empresas com a gestão dos recursos humanos e que deve chegar ao mercado em setembro. Quando acabar o meu estágio vou poder olhar para trás e dizer que concluí uma tarefa, uma grande tarefa, e posso ver que ela está a ser implementada no mercado de trabalho.”

As maiores dificuldades que aponta são as especificidades da área. “No primeiro dia aprendi muito, no segundo dia aprendi muito mais, e continuo a aprender bastante. Há sempre palavras e temas novos aos quais temos que nos adequar. A realidade é que, quando um estudante sai de uma licenciatura ou de um mestrado para integrar o mercado de trabalho depara-se com termos, abordagens e técnicas completamente diferentes daquelas a que está habituado – em especial numa empresa tão grande como a Vodafone. Temos que ter uma capacidade de aprendizagem muito rápida.”

Bárbara tem 20 anos, é do Porto e está a começar o terceiro ano da licenciatura em Gestão, em Londres. Durante este verão, trocou a praia, a família e os amigos por um estágio em Lisboa, com a duração de dois meses. “É um verão diferente, sem dúvida.”

Habituada a estar sozinha em Inglaterra há já dois anos, viver em Lisboa é fácil, “é uma oportunidade para conhecer melhor a cidade”; desafiante foi adaptar-se ao ritmo da Vodafone que é, segundo a jovem, “intenso”. “Estou a trabalhar em Customer Value Management, lançamentos de telemóveis, preços, comunicação em loja…”, explica. “Não fazia a mínima ideia de como isto se fazia, nunca tinha tido sequer contacto com tecnologia e comunicações, portanto tive que aprender muito. É verdadeiramente ‘um abrir de olhos’ ver como isto se faz e perceber de que forma uma multinacional opera no mercado português.”

Ao percorrer o andar onde trabalha a sua equipa, Bárbara mostra o seu espaço de trabalho, mas sublinha com satisfação que não trabalha sempre no mesmo local: “Aqui não há postos fixos, trabalhamos em sistema de hot desk” – e esta metodologia descomplicada aplica-se a bem mais do que o espaço físico de trabalho. “Na Vodafone o ambiente é agile, o que significa que se trabalha com o ritmo do mundo, sempre com tudo a mudar. Não há barreiras, não há hierarquias, as pessoas não levam a mal quando eu, estagiária, lhes pergunto ou peço alguma coisa”, conta.

Durante os dois meses de estágio, Bárbara pôde perceber que ser “agile” é trabalhar mais em equipa do que individualmente, é colaborar em vez de negociar e, acima de tudo, é trocar uma visão fechada por uma mentalidade aberta e adaptável. “Na prática, quer dizer que todos podemos participar nas tarefas uns dos outros, se vemos que temos tempo livre ou que podemos ser úteis”, refere. “É uma cultura de trabalho interessante e o ambiente que se vive é excelente. Acho que vai ser difícil encontrar uma empresa melhor.”

Sobre o futuro, a realista Bárbara pouco adianta. “Acabei agora o segundo ano da licenciatura, por isso ainda me falta algum tempo para entrar no mercado de trabalho”. Mas, quase ao final de dois meses de estágio, tem uma certeza: “Imagino-me numa empresa como a Vodafone, sem dúvida: flexível, tecnológica e em constante desenvolvimento”. Como a vida nos tempos que correm.