A contagem decrescente anuncia o arranque de uma maratona. Mas, desta vez, ninguém vai atravessar a ponte 25 de abril a correr. Esta corrida não é física - apesar de exigir resistência - mas sim mental e estimula o desenvolvimento de soluções tecnológicas capazes de gerar impacto na sociedade. São 9h da manhã e, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, está prestes a arrancar a fase de competição da Tecstorm. São 24 horas em que as equipas a concurso vão dar tudo por tudo na busca de soluções tecnológicas que podem resolver problemas reais.

Jovens de todo o País

Esta é a 6a edição de um evento que desafia estudantes universitários a apresentarem e desenvolverem ideias que possam fazer a diferença- este ano nas áreas da conectividade, energia, saúde e responsabilidade social.

Para esta edição, a organização recebeu 580 inscrições de universitários de norte a sul de Portugal, naquele que é a maior hackathon universitária.

À final chegaram 28 projetos, e um total de 150 jovens, previamente selecionados durante os primeiros meses de 2022, através da organização do Tecstorm, a Junitec, e dos seus quatro parceiros: Vodafone (categoria Connected for a Better Future), Fundação Calouste Gulbenkian (categoria Sustainable Development), Fundação Champalimaud (categoria Digital Health) e Galp (categoria Energy solutions for a Low Carbon Future).

Ao longo de 24 horas muito intensas, estes jovens trabalharam nos seus protótipos e business plans. Depois, no último dia do evento, chegou o momento do pitch em que, cada equipa, apresentou o seu projeto ao júri, que escolheu as duas melhores equipas de cada categoria para a finalíssima. A última ronda de avaliações determinou os quatro projetos vencedores, um por categoria, que arrecadaram um prémio de 2.500 euros cada.

Uma passadeira automatizada para garantir a segurança dos peões, implantes que podem detetar precocemente enfartes do miocárdio, hortas inteligentes ou sistemas para combater o isolamento social dos idosos são apenas algumas das ideias que estiveram a concurso, naquilo que foi uma verdadeira tempestade de criatividade tecnológica. “A abordagem verdadeiramente original aos problemas foi um dos aspetos que mais surpreendeu o júri”, confirmou Paulino Corrêa, Chief Network Officer da Vodafone Portugal.

No final, os grandes vencedores foram quatro: Seeds4Kids, na categoria Responsabilidade Social; SEHT, na categoria Saúde; Ecopod, na categoria Energia; e Mantis, na categoria Conectividade.

Daniel Guimarães, Gonçalo Martins e Gonçalo Ramos, estudantes do 3º ano de Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, venceram a categoria da Vodafone Portugal, com a sua ideia de passadeira inteligente, sem semáforo, que deteta a aproximação do peão com recurso a sensores de movimento e, de imediato, ativa uma luz.