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Telemedicina: em casa como no hospital

Telemedicina: em casa como no hospital

Mais de 80% dos doentes infetados com Covid-19 são tratados em casa, mas os casos mais graves ficam várias semanas e até meses internados. O kit de telemonitorização desenvolvido pela Vodafone, em parceria com o Hospital Garcia de Orta, permite transferir os pacientes da enfermaria para as suas casas, garantindo o mesmo apoio médico que teriam se continuassem hospitalizados.

Aos primeiros sintomas febris, Fátima Costa achou que tinha uma gripe. Mas não foi preciso muito tempo para perceber que tinha sido infetada com Covid-19. A gravidade do seu caso obrigou-a a um internamento de cerca de um mês, que incluiu duas semanas ligada ao ventilador. “O que eu passei, não desejo a ninguém. Não vou esquecer nunca”, desabafa.

Quando finalmente se começou a sentir melhor, perguntou se podia fazer o resto da recuperação em casa. “Perguntaram-me se eu tinha alguém em casa que podia ficar comigo. Eu disse que tinha a minha filha, que se podia responsabilizar”. E Fátima seguiu para casa.

“Conseguimos perceber que é importante o doente, se estiver bem, continuar a sua recuperação em casa, mas há uma noção muito clara de que não podemos pôr em risco ninguém. Tal como temos critérios de isolamento nas enfermarias, estes doentes têm de manter o isolamento em casa. Têm de estar reunidas condições para que isso se faça”, começa por explicar Rita Nortadas, médica coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária, do Hospital Garcia de Orta, que acrescenta ainda que a decisão de enviar um doente para casa segue normas definidas pela Direção-Geral de Saúde. 

O doente não tem alta, mantém-se internado. Mas em casa. “É como se fosse uma transferência de serviço. Costumo dizer isso aos doentes: que continuam internados, mas na sua enfermaria, que é a sua casa’”

“Os doentes que podem passar para hospitalização domiciliária, são doentes que estiveram internados e que, entretanto, deram mostras de estabilidade clínica. No entanto, ainda apresentam necessidade de permanecerem internados – seja por um débito de oxigénio, por necessidade de vigilância de uma outra patologia que descompensou no contexto da Covid, seja porque contraíram uma infeção bacteriana que se aproveitou do seu estado de fragilidade…”.

No fundo, o doente não tem alta, mantém-se internado. Mas em casa. “É como se fosse uma transferência de serviço. Costumo dizer aos doentes: ‘Você continua internado, a única diferença é que fica internado na sua enfermaria, que é a sua casa’”, explica Filipe Dias, enfermeiro no Garcia de Orta há dez anos, atualmente na unidade de hospitalização domiciliária e membro dinamizador do projeto de telemonitorização.

Para que esta transferência se processe com sucesso, o kit de telemedicina desenvolvido pela Vodafone tem-se revelado fundamental. Quando o doente vai para casa leva este kit – uma mochila com um Home Hub, uma box que permite manter toda a solução em funcionamento, um tablet, um termómetro, um oxímetro, um medidor de tensão, uma balança, um glucómetro e um botão de pânico, que ao ser acionado liga diretamente para o serviço do hospital onde está sempre um médico disponível, as 24 horas do dia.

Profissional de saúde equipado com os elementos de proteção contra o Covid-19 a sair por uma porta

Em parceria com o Garcia de Horta, a Vodafone desenvolveu uma solução de telemedicina e os primeiros kits foram testados em doentes Covid-19 que conseguiram, assim, continuar a ter acompanhamento médico à distância

Ao chegar a casa, o doente liga o hub à eletricidade e liga o tablet e é à distância que tudo é feito: uma “enfermeira virtual” vai dando todas as indicações necessárias para assegurar que nenhuma medição é feita incorretamente. “Se alguma coisa falhar, eu posso controlar tudo remotamente”, acrescenta o enfermeiro Filipe Dias. “É mesmo super fácil de usar, porque cada medição tem as suas instruções bem detalhadas e não há mesmo como não saber fazer”, confirma Andreia Silva, filha de Fátima Costa.

Esta solução levou a equipa de hospitalização domiciliária do Garcia de Orta a “trabalhar com uma maior confiança em algumas situações que, de outra forma, não nos atreveríamos a levar para casa. Sentimo-nos mais confiantes porque estamos mais próximos do doente, nos momentos-chave”, explica a coordenadora Rita Nortadas. Em particular no caso dos doentes Covid-19, este kit permite libertar camas, mas continuar uma monitorização apertada, à distância, diminuindo em simultâneo os riscos das visitas domiciliárias – que continuam a acontecer diariamente – e aumentando a regularidade das monitorizações. “A telemonitorização dá-nos segurança. A nós e ao paciente. E aproxima-nos”, conclui Filipe Dias.

Ajudar a construir uma melhor medicina

“A telemedicina não é o futuro, já está aí à porta”, assegura Delfim Rodrigues. O responsável Nacional pelo Programa de Hospitalização Domiciliária do Ministério da Saúde não tem dúvidas em afirmar que essa “é uma solução de mais elevada qualidade, de maior segurança e de maior satisfação para os doentes, para as famílias e para as equipas de profissionais”. E os números não deixam margem para dúvidas: há um decréscimo de 24% na mortalidade nos doentes internados em casa, em comparação com doentes com as mesmas patologias internados nos hospitais.

Há um decréscimo de 24% na mortalidade nos doentes internados em casa, em comparação com doentes com as mesmas patologias internados nos hospitais.

A hospitalização domiciliária é um internamento na casa do doente, que é uma alternativa ao internamento no hospital. São doentes agudos ou crónicos, que continuam a precisar de cuidados, mas que têm estabilidade clínica mínima que lhes permite passar para casa. O programa foi lançado em Portugal a 4 de outubro de 2018, com quatro hospitais associados – atualmente são 27 e só no primeiro trimestre de 2020 foram tratadas em casa 1200 pessoas. “Prosseguindo a este ritmo, e tendo em conta que, por ano, cerca de 10% da população portuguesa é internada, a médio/longo prazo metade deste número poderá fazer o seu internamento em casa”, explica Delfim Rodrigues.

Este tipo de internamento – que apenas é possível com soluções de telemonitorização como a desenvolvida pela Vodafone – não só implica uma poupança orçamental como aumenta a capacidade de um hospital, mas também humaniza os tratamentos, melhora a saúde psicológica dos doentes, a sua capacidade de mobilidade e ajuda a combater infeções oportunistas, existentes nos hospitais e inexistentes em casa. Uma solução para uma melhor medicina.

Sabia que...

A Vodafone começou a desenvolver esta solução há cerca de um ano, em parceria com o Hospital Garcia de Orta, e os primeiros kits foram testados com a pandemia de Covid-19.

A grande diferença desta solução, face a outras de telemedicina, é o Home Hub, uma box que assegura que o kit não falha, não enfrenta problemas de rede e é user friendly, mesmo para quem não está familiarizado com plataformas digitais.

O Hospital Garcia de Orta tem a uso seis kits. O Hospital de Santa Maria também se encontra a testar os primeiros kits.