WasteApp: dar o destino certo ao lixo

O lixo ganhou novas formas. Formas de equipamentos de proteção individual. Luvas, máscaras, viseiras, fatos e outros, quase sempre descartáveis, e que com a pandemia Covid-19 se tornaram parte do quotidiano de todos. Estima-se que, em todo o mundo, sejam usadas 129 mil milhões de máscaras descartáveis por mês. Máscaras que acabam no lixo. Mas em que lixo? “Os equipamentos de proteção individual devem ser depositados no lixo indiferenciado”, esclarece Carmen Lima, Coordenadora para os Resíduos da Quercus.

Saber o destino do lixo nem sempre é fácil. É, aliás, uma das principais justificações que Carmen Lima encontra para comportamentos incorretos. Ao não saberem que destino dar aos seus resíduos e sem conseguirem encontrar respostas claras e válidas, muitas são as pessoas que desistem, não separando o seu lixo. “Os portugueses querem reciclar, mas muitas vezes não sabem como. Muitas vezes constatamos que há dúvidas que permanecem ao longo dos anos”, remata a Coordenadora para os Resíduos da Quercus.

No entanto, como explica Ana Teresa Henriques, engenheira da Amarsul, Centro de Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos, no Seixal, se cada português não fizer a sua parte no processo de separação do lixo, as centrais não conseguem resolver tudo. E o resultado final tem impacto em todos nós: em Portugal, todos os anos são produzidas cerca de 4,75 milhões de toneladas de resíduos urbanos, qualquer coisa como o peso de três pontes Vasco da Gama, em Lisboa. Destas, apenas 16,5% são encaminhadas para os ecopontos.

Foi para ajudar a responder às dúvidas dos portugueses, ensinando-os a separar corretamente o lixo, que foi criada a WasteApp: “Recebíamos dúvidas de reciclagem diariamente, por isso surgiu a ideia da WasteApp, que só foi possível concretizar com a ajuda da Fundação Vodafone Portugal”, conta Carmen Lima.

Assim, na WasteApp é possível encontrar o destino adequado e mais próximo para cerca de 50 tipologias de resíduos - como baterias automóveis, cápsulas de café, escovas de dentes, guarda-chuvas, termómetros, radiografias e até monos (nome dado, por exemplo, a peças de mobiliário).

E desta forma fazer com que todos os portugueses contribuam para o aumento das taxas de reciclagem em Portugal, atualmente na ordem dos 38%.